Caminhando na Graça

3.8.06

Senhor, quando?


Esses dias eu estava assistindo a um vídeo do Caio Fábio de apenas 10 minutos e que falava sobre o juízo final e os critérios que seriam considerados para salvação ou condenação. E o texto base para a explanação do Caio foi Mateus 25.31-46, que fala sobre a separação que haverá nesse grande dia entre povos, colocando cada um de um lado: uns para a direita e outros a esquerda; cada um ao lado que escolheu viver durante a vida.

E diz-se que nesse dia de juízo, aos da direita o Justo Juiz os chamará para possuírem algo que é deles desde sempre... um reino, o Reino... e como justificativa para esse convite a usufruir do Reino, ele fala sobre serviços, solidariedade, assistência ao próximo-necessitado; e as da esquerda, diz-se que ele os mandaria saírem de perto dele, com um destino que não era o deles – era o do diabo e dos seus anjos – mas que eles faziam jus a dividirem o mesmo “espaço”; e a justificativa para esse destino “não-deles” estava baseada mas mesmas circunstâncias dos “direitistas” (sem qualquer trocadilho político...rs).

Desse modo, ambos os grupos tiveram a oportunidade de fazer o bem ao outro, serem solidários, e se definiram por lados diferentes; nesse vídeo ouvi a melhor definição de inferno; o inferno antes de um lugar de fogo, enxofre e as demais figuras representativas conhecidas, é um lugar onde o ser egoísta vai poder viver o seu egoísmo pra sempre; o ser não solidário ao próximo vai poder viver para si eternamente.

Mas estive pensando acerca de outra questão desse “momento-fim da humanidade”. Em ambos os casos - tanto os “da direita”, quanto os “da esquerda” - ao serem informados sobre a sua atitude frente ao próximo e que justificava seu destino, ambos fizeram a mesma pergunta: Senhor, quando?... De modo que ambos ao vivenciarem as mesmas circunstâncias haviam tomado posturas diferentes e sem ao menos perceberem... e é aqui que quero chegar.

Os que não haviam sido solidários, não tinham nem notado que assim tinham procedido... nem sentiram... passaram de largo, como disse Jesus na parábola do bom samaritano; já os solidários haviam se solidarizado sem nem perceberem... simplesmente ajudaram; de modo que as circunstâncias e as oportunidades de servir ao próximo ocorrem sempre, mas a nossa opção por servir ou não, depende do que dentro de nós esta gerado.

O bom samaritano não estava numa missão a procura de homens espancados por salteadores em Jerusalém... ele não era do grupo de auxílio a pessoas feridas... não... ele simplesmente fez... sem perguntar... fez...e depois não quis nada em troca... o homem não precisou lhe pagar, ou trabalhar para ele, ou ao menos lhe agradecer, ou muito menos ir visitar sua igreja para retribuir o favor... ele simplesmente fez porque sabia o que devia ser feito... os “da direita” não começaram uma conversa saudosista com o juiz... não começaram a lembrar suas tantas obras e nem dizer: é verdade, lembra daquele caso? Ou daquele? Realmente fizemos... foi muito gratificante!... eles não entraram nessa nostálgica lembrança dos fatos como que exibindo isso como troféus de justiça-própria... eles fizeram “com a mão direita, sem que a esquerda o percebesse”

De modo que o serviço ao próximo deve ser feito não com suas aplicações institucionais e ministeriais, buscando reconhecimentos e recompensas, mas sim como um simples movimento do caminho... feito naturalmente... de modo que se perguntado depois, ou quando tais feitos forem lembrados o que saia da nossa boca seja um verdadeiro: Quando? Não porque tenhamos amnésia, mas porque o fizemos pelo que em nós está... naturalmente.

Espero mais que fazer ações de solidariedade, ser solidário!... ser, eis a questão!




N’Ele.